quinta-feira, 10 de abril de 2014

Sabemos que o endividamento e a má administração das finanças é um mal que assola a maioria dos brasileiros. Por que isso ocorre?


A resposta é fácil: falta de educação financeira. Entretanto a solução não é tão simples assim. Vivemos num país onde não me parece que haja um esforço maior vindo do governo, das instituições financeiras e da mídia.

O escritor Robert Kiyosaki, no ótimo livro “O Segredo dos Ricos”, insinua que existe uma conspiração para que a maioria da população não tenha independência financeira. Não gosto de falar em conspiração, mas apesar da realidade dele (Estados Unidos) ser bem diferente da nossa, é possível encontrar alguns indícios da falta de esforço externo para que sejamos financeiramente inteligentes, a saber:

1. Ensino: Não aprendemos educação financeira na escola. E nem há previsão para isso. Aprendemos apenas a arrumar um bom emprego, ser um bom funcionário.

2. Governo: Não desenvolve iniciativas concretas de educação financeira, nos obriga a contribuir para o INSS e a manter nosso fundo de garantia no FGTS com rendimento de 3% ao ano, entre outras coisas.

3. Bancos: São amplamente beneficiados pelos governos e chamam títulos de capitalização, caderneta de poupança e planos de previdência privada (com altas taxas) de investimento.

4. Corretoras: Salvo algumas raras exceções, estão apenas preocupadas de fazer recomendações para que compremos ou vendemos ações e elas ganhem com corretagens. Quanto mais operações fizermos, melhor para a corretora.

5. Mídia: Consuma, consuma e… consuma.

Enfim, vivemos rodeados por pessoas e instituições que, além de não ter a menor preocupação em desenvolver nossa inteligência financeira, ainda fazem pior: só ensinam coisas que nos deixam em situações ainda mais complicadas.

Quais os maiores erros que as pessoas cometem ao tratarem de suas finanças?

Outra resposta fácil: gastam mais do que ganham. E os grandes vilões são o crédito fácil e as taxas de juros exorbitantes.
O segredo para se livrar das dívidas é pagar primeiro as dívidas com os juros mais altos, tais como cartão de crédito ou cheque especial, pagando o mínino permitido dos demais débitos. Uma vez que a dívida mais cara for paga, passe para a próxima mais alta e assim sucessivamente.
Evite também usar o cartão de crédito para pagar por coisas que você consome rapidamente, como viagens de férias, por exemplo. Geralmente é a maneira mais rápida e “eficiente” para se endividar. Ao invés disso, separe mensalmente algum dinheiro, para poder pagar à vista por gastos como esses.

Qual a importância das metas e do planejamento para uma vida financeira equilibrada?

O segredo do sucesso nos investimentos está em três palavras: planejamento, equilíbrio e disciplina. Definir metas de objetivos financeiros, e elaborar um orçamento são os dois primeiros passos a serem dados para o planejamento financeiro pessoal.
A definição de objetivos financeiros serve para saber onde queremos chegar. R$ 5 mil para viajar no final do ano com a esposa, R$ 15 mil para trocar de carro em dois anos ou R$ 300 mil para comprar um imóvel em 5 anos são exemplos de objetivos financeiros. Eles são mais amplos que as metas porque definir o que, quanto e quando. Apenas dessa forma poderemos estimar quanto precisaremos poupar para atingir cada objetivo.
A elaboração do orçamento tem a função de identificar exatamente quanto ganhamos e onde gastamos. Com isso, fica mais fácil controlar os gastos e saber quanto sobra para investirmos em busca dos nossos objetivos.

Por que algumas pessoas conseguem investir e outras não?

Existem vários fatores, que vão desde a falta de conhecimento até – o principal deles – a falta de disciplina. O investimento mais rentável é a disciplina. Por melhores que sejam as aplicações escolhidas, se o investidor não tiver disciplina, a rentabilidade será seriamente comprometida.

IRLEI WIESEL