O mercado exige assertividade, produtividade e excelência na
performance pessoal. Somos envolvidos
constantemente na dinâmica veloz deste movimento. O cansaço é uma companhia
desconfortável e constante. Seguir em frente é a meta. É necessário diariamente
desobstruir as artérias que bloqueiam o caminho para o sucesso. A pressão
arterial do mercado, sempre elevadíssima, exige correria e foco. O colesterol
ruim borbulha e parece efervescer naqueles mais ansiosos por resultados. O
diabetes deseja espaço no corpo daqueles que não sentem mais a doçura da vida.
O nível de trigliceres em pessoas ocupadas demais avança com uma velocidade
invejável.
O sobre peso insiste teimosamente em mostrar-se refletido no
espelho. A atividade física despenca na lista de prioridades. Aliás, o que é
realmente prioridade? Será que fomos vacinados para distorcer o conceito de
prioridade? Entendo que cada um sabe o que é importante na sua trajetória. Mas
a epidemia da saúde doente, do sobre peso, das taxas elevadas de impurezas no
sangue a correria frenética para longe de si mesmo, o índice elevado de consumo
de medicamentos de uso contínuo, a inclusão de bebida alcoólica na rotina
desgastante, o excesso de consumo por coisas materiais, a estranha desculpa da
falta de tempo, a tendência coletiva por rotinas estressantes, o sentido
duvidoso pelas escolhas pessoais e coletivas, o estranho conceito de sucesso
que desequilibra famílias, saúde física, relações pessoais e faz a maioria
viver a centímetros de um ataque severo de fúria.
Ataques emocionais que podem
evoluir para um ataque mais severo, como o cardíaco, por exemplo. É sabido que
pressões desgastantes e persistentes podem evoluir silenciosamente para uma
isquemia cerebral. Mas afinal o que estamos fazendo com a vida que precisa de
um corpo para ser vivida a contento? Por que insistimos tanto em estragar a
única saúde que temos? Por que insistimos tanto em manter, criar ou conquistar
o máximo e esquecemos que sem saúde usufruímos migalhas. Já que somos seres com
instinto natural de vencer obstáculos, por que nos maltratamos tanto a ponto de
nos tornarmos o nosso maior obstáculo? Em que esquina da vida começou o projeto de descarte do corpo? Em que
rua da vida esquecemos-nos de nós para abraçar o mundo e nele todos os tipos de
egos? Em que rodovia decidimos acelerar a morte para chegar ao sucesso? Em que
segundo durante um dia qualquer, tomamos a decisão de destruir a saúde para
comprar aquilo falta na alma? Em que minuto da vida passamos a confiar na
informação de que meta e sonhos combinam com stress e exagerados
comprometimentos? Quem assoprou que
concessões exageradas, mesmo afetando nossa integridade, é o melhor desempenho
para conquistar o mundo? Aonde foi que nos esquecemos de lembrar-se das
intuições sábias? Como permitimos que um mundo artificial, com aparência
duvidosa, destruísse o mundo interno?
Aonde foi que nos perdemos para nos encontrar?
Socorro tem alguém do outro lado? Socorro, alguém sente o que sinto? Socorro
estou sozinha ou posso contar com mais alguém? Socorro, não consigo ouvir minha
voz interna, só sinto que ela está gritando? Socorro, qual a rota que me levará
a tudo que desejo, com saúde, paz, taxas equilibradas, sangue puro circulando
em todo corpo e principalmente com tempo para ter muito tempo? E finalmente,
socorro acordem, precisamos um do outro para transformar o que está dito e que
se vive. Socorro tem muito trabalho vamos agendar uma reunião para a
felicidade?